História

História

    O mais completo trabalho de documentação em mais de 100 anos de história foi escrito pelo jornalista rio-grandino Willy Cesar no livro Um século de Futebol Popular que se encontra em fase de impressão. Tendo em vista este extenso levantamento inédito, o texto abaixo será atualizado conforme alguns ajustes e sugestões a partir do caminho que será aberto pela publicação do livro.



Primeiro Team do São Paulo (foto 1910) A. Furlanetto, C. Giraldi, A Bernasconi, A. Ventura, A. Daleore, A. Silva, E. Enderle, A. Cestari, B. Enderle, J. Sartori e B. Cestari



    Adolpho Corrêa, Bartholomeu Casanova, Hermenegildo Bernardelli, José Cuchiara, Antônio Furlanetto e outros, juntamente com o jovem Alexandre Lempek, com apenas 17 anos, poderiam imaginar que na atitude de fundar um clube de futebol popular na cidade do Rio Grande, chegasse ao Centenário.
     A plêiade de jovens entusiastas do novel esporte introduzido no início do século por alemães e ingleses, levou ao prolietariado formado por filhos de imigrantes portugueses, italianos e poloneses, na sua maioria funcionários da Viação Férrea do Rio Grande do Sul (VFRGS) o desejo de participar na  prática do futebol. Impedidos de participar pela elite que dominava o comando do então jovem Sport Club Rio Grande, restava-lhes assistirem os treinamentos na saída das oficinas onde trabalhavam. Eis que na primavera de 1908, quando assistiam um dos treinamentos, viram que num chute mal dado a bola foi parar nas macegas do campo que era fronteiro ao cemitério local. O menino Alexandre Lempek, ajudante de ajustador foi escalado pelos mais velhos a ficar de plantão, na torcida de que o precioso objeto importado fosse esquecido. Terminado o treino, não deu outra a bola perdida foi recolhida e entregue aos jovens idealistas, que às 14h do dia 4 de outubro de 1908, em um terreno a Rua Rheingantz, fronteiro ao Cemitério Católico, que pertencia a Companhia Auxiliar de Estradas de Ferro do Brasil, fundaram o Sport Club São Paulo.Início difícil, mas já em 1916 nascia o primeiro título municipal, ao qual se somou a mais 23 durante a existência das competições citadinas, tão emocionate, a nova geração não conheceu. Na década de 20 surge o filho de imigrantes italiano Guerino Sartori, o grande Pé de Ouro com ele o time da Linha do Parque inicia a série do heptacampeonato, culminando com o título Gaúcho de 1933. Título este, conquistado sob a liderança do Capitão Valentin Martinatto e do craque Darcy Encarnação. 

Time do São Paulo de 1935: Barrios, Ilves, Rui, Marins, Orondo, Ferro, Albertinho, Cardeal, Darci, Ciri, Quida e mascote (fora de ordem)
Time do São Paulo de 1935: Barrios, Ilves, Rui, Marins, Orondo, Ferro, Albertinho, Cardeal, Darci, Ciri, Quida e mascote (fora de ordem)

     As acomodações do estádio já estavam se tornando pequenas, oi velho pavilhão de madeira já não mais suportava a imensa legião de torcedores, o Rubro-verde já era o clube mais popular da cidade. Liderados pelo saudosos Dr. Newton Azevedo, Engº João Rocha e abnegados, inaugura o atual pavilhão social na década de 1940.
Clubes do Rio e São Paulo começaram a iluminar os seus estádios, então é inaugurado, em 1954, o primeiro sistema de iluminação do Sport Club São Paulo. Os postes foram confeccionados de trilhos de trem, gentilmente cedidos pela administração da VFRGS que era quase que na sua totalidade sampaulina.
      Aproximava-se o cinquentenário e a dupla Aldo Dapuzzo e Nelson Dionello foram escalados para administrarem o então Caturrita. A conquista do bi-campeonato de 1958-1959 trouxe imensa alegria a nação rubro verde. A façanha de conquistar o título no cinquentenário, só o nosso São Paulo conseguiu. O esquadrão de 58, liderados por Ferrinho, José, Sanchez, Jesus Réquia, o grande Celso e outros diferenciados atletas ajudaram a escrever parte da nossa vitoriosa história.

      O início da década de 60 foi de preocupação para a família sampaulina na área do futebol, o clube não se preparou para as mudanças que estavam ocorrendo no futebol gaúcho, à partir de 1961 promovidas pela então Federação Rio-grandense de Futebol, mas não se descuidou do patrimônio, pois foram inauguradas as arquibancadas da Rua América. Mas em 1968, sob a presidência de Idelfonso João Poester Sobrinho, tendo no comando técnico Nei Amado Costa e um esquadrão de respeito onde Aldo Bernardes foi o grande goleador, o Leão do Parque conquistou o vice-campeonato da então Divisão de Acesso e garantiu vaga para o Campeonato Gaúcho, juntando-se aos co-irmãos a elite do futebol gaúcho. Dentro desta década, foi muito festejada pela nação sampaulina, o início da conquista do octacampeonato citadino, 1966-1973.
Jovens ardorosos sampaulinos chegam ao clube, liderados por Pedro Paulo Valente que assume a presidência em 1970, o clube conquista o seu segundo título estadual, o de Campeão Gaúcho da Segunda Divisão em memorável disputa com o Ypiranga de Erexim, à época escrito com x, onde os comandados de Lenir Ferreira venceram o poderoso rival, onde o capitão Flávio Salles comandava a defesa e Jader e Nilo se encarregavam na marcação dos gols.
Está década estava escrita como sendo a de afirmação do São Paulo no cenário estadual e nacional. Em 1977 foi inaugurado o moderno sistema de iluminação na gestão de Jovino Mansan, em 78 e 79 foram realizadas todas as obras de infra-estrutura no estádio, como vestiários, refeitório, e as monumentais arquibancadas conforme cronograma acertado com os presidentes Rubens Hofmeister, Renato Lempek (1978) e Edemir Ribeiro (1979). O terceiro lugar no Gauchão e a participação no Campeonato Nacional – Copa de Prata foram os destaques esportivo, sob a liderança do técnico Ernesto Guedes, atletas como Sérgio, Antônio Carlos, Luiz Carlos, Tadeu e Paulo Barroco, Paulo Ferro, Motor, Astronauta e Valdir Lima, Toquinho Romário e Lettieri encantavam e lotavam o nosso estádio. Festejamos aqui o nome do ex-patrono Aldo Dapuzzo, onde através do seu trabalho e dedicação, liderou todos os movimentos de melhorias enquanto teve saúde.A Copa de Ouro, antigo Campeonato Brasileiro da série A, em 1980 foi extasiante para a Nação Sampaulina, corrigidos os rumos de início de campeonato, a direção liderada por Valdomiro Lima foi buscar novamente o técnico Ernesto Guedes, cujo retorno foi marcado pelo jogo contra o CR do Flamengo, comandado por Zico o rubro negro carioca viu o Leão do Parque realizar uma grande partida, cujo empate em zero a zero foi festejado pelos principais jornais do Rio de Janeiro. Naquela equipe destacavam-se Carlão, Paulo César Tatu, Néia e o rio-grandino Almir.






Marco Eugênio foi o técnico escolhido por Domingos Escovar que comandou o futebol em 1981 sob a presidência de Renato Lempek, outro ano de gala para a torcida rubro verde. Neste ano, o Leão foi o quarto colocado no Campeonato Gaúcho, realizou uma viagem vitoriosa a Colômbia, Equador e Venezuela, conquistou a Copa Governador do estado e disputou o Campeonato Nacional , que se chamava Copa de Prata.
ano de 1985 reservava grandes surpresas e alegrias para o nosso São Paulo, disputando a Segunda Divisão, o clube foi convidado para disputar a Copa Sesquicentenário da Revolução Farroupilha. Jamais seus organizadores poderiam imaginar que o São Paulo chegaria ao título, disputando com as equipes principais de Grêmio e Internacional Sob a presidência de Ernani Freire, tendo no comando técnico Jaime Schimidt e o prof. Pedro Pepe, jogadores rio-grandinos como Nando, Paulo Barroco e Luizinho.
Nos 80 anos do Leão do Parque em 1988 o hino do clube foi oficializado, através de concurso realizado, que constava da programação de aniversário, cuja vencedora foi a senhora Raquel Rodrigues de Farias. Início da década  de 90, mais precisamente em 91 o Conselho Deliberativo do clube se mobiliza e convida Manoel Jorge Feijó da Silva para assumir o comando Rubro-verde, o ex-presidente Francisco Borges assume o comando do futebol e o técnico Francisco Neto, o Chiquinho, é contratado com a missão de trazer o clube ao convívio da Primeira Divisão. Uma equipe de jogadores foi trazida de fora das fronteiras do nosso Rio Grande, mas foi nos pés de Toquinho, que retornava ao São Paulo, que em um jogo memorável em Bagé, onde aquela cidade não esperava uma imensa presença de torcedores rubro-verdes, o São Paulo venceu e voltou classificado para o Gauchão de 1992.
Já no início do novo século, a diretoria comandada por Egas Schowshow foi buscar uma parceria junto com o já conhecido e amigo do clube Ernesto Guedes, retornando em 2001 a elite do futebol gaúcho. O São Paulo permaneceu na elite até o ano de 2002, quando novamente foi rebaixado à Segundona Gaúcha.
Com a proximidade do centenário, comemorado em 2008, uma comissão formada por ex-presidentes e torcedores autênticos, começou a trabalhar na confecção da programação. Foi nas reuniões semanais da Comissão do Centenário que foi estruturada a nova composição do Conselho Deliberativo, o I Simpósio do Leão do Parque – Planejamento Estratégico foi realizado no  Salão Nobre do Colégio Marista São Francisco, começava a se chegar a Comissão o empresário Ivo Artigas Costa, convidado pela presidente do Conselho Deliberativo Mirim Fritzen. Através de uma radiografia que foi realizada, pode-se avaliar a situação real que o clube se encontrava. Coragem não faltou a Ivo Artigas, que aceitou comandar o clube no ano do Centenário e com tantos problemas a serem sanados. Imprimiu. ele uma administração diferente, a partir do trabalho com profissionais remunerados.  

     

Através dos bons resultados iniciais dentro do campo, com o quarto lugar na Segundona Gaúcha de 2008 e 2010, a auto-estima do torcedor foi recuperada, o estádio Aldo Dapuzzo, já desacostumado com as multidões, volta ao seu colorido habitual do século passado e todos aqueles torcedores que sempre carregaram as cores em seus corações retornaram, assim como essa paixão foi amplamente germinada em torcedores mais jovens e de novos habitantes da cidade com a criação do Pólo Naval. Esta nova fase inaugurada pelo centenário do clube representa uma grande retomada que está em curso no presente momento e tem gerado bons frutos a partir de boas campanhas na Segundona Gaúcha e em outros campeonatos disputados e da formação de equipes competitivas.
A motivação para tudo isso tem explicação: uma das maiores torcidas do interior do Estado tem permitido excelentes médias de público nos jogos. Essa mesma torcida, popular, histórica, grande e formada por todos nós, é a que carrega este clube em momentos muito difíceis e continuará sendo o pulso deste Leão do Parque.

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